domingo, 3 de novembro de 2013


Diário de Notícias

Sábado, 26 de Outubro de 2013
Opinião

French House



O início da segunda metade da década de noventa, deu-se o inesperado, a França essa grande nação das baguetes, dos queijos e do Jean Michel Jarre, voltava a ser notícia, havia um som, uma textura, um groove irresistível, não se parecia com nada que se ouvia na altura, estava a dar os primeiros passos, era o aparecimento do ‘French House’. Para situar um pouco o leitor, imagine os miúdos franceses a ouvirem George Duke, Donna Summer e até os Chic! em plenos anos 90, bem como uma boa dose de discos frescos das editoras Dance Mania e Traxx saídos de Chicago, tudo isto numa altura em que a maioria dos adolescentes consumiam o som grunge de bandas como os Nirvana e os Pearl Jam. Esta influência dos discos da era Disco Sound foi a melhor escola que os futuros produtores franceses poderiam ter, pois esses mesmos discos seriam a sua matéria prima de muitas obras discográficas que mesmo passados quase quinze anos continuam a soar de uma forma incrível.
O ‘French House’ era, no fundo,  um estilo de música relativamente simples de criar, pegava-se num sample (um extracto de alguns segundos de um disco bem obscuro e de preferência das décadas anteriores) e construía-se um novo tema a partir daquela amostra, adicionando batidas bem fortes das caixas de ritmo Roland 909, adicionando linhas de baixo poderosíssimas de sintetizadores como o Juno 106 tudo isto balançado com um compressor de marca Alesis que custava cerca de oitenta euros, esta era a formula, depois adicionava-se um vocal, de preferência repetitivo, e de carácter simples e ‘voilà’ tínhamos disco. Falando de nomes os Daft Punk foram sem duvida o grande alicerce de todo o movimento French House, com o seu primeiro albúm “Homework”, mas não só, a vaga de artistas franceses no mercado da música de dança fez-se sentir através de nomes como Etienne de Crecy, Stardust (outro projecto de Thomas Bangalter dos Daft Punk) Modjo, St. Germain e  Cassius. A importância da música de dança saída de França foi tal que no final da década de noventa e início do novo milénio as ‘charts’ internacionais estavam inundadas de temas como ‘One More Time’ dos Daft Punk, ‘Lady’ dos Modjo e até ‘Sure Thing’ do sempre brilhante St. Germain.
 
Michael C


 

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